Para senador João Alberto,
Delcídio tem 'obrigação' de voltar aos trabalhos.
Colegas do petista já declararam
que o ideal seria que ele tirasse licença.
Gustavo Garcia
Do G1, em Brasília
Senador João Alberto (PMDB/MA) |
O presidente do Conselho de Ética
do Senado, João Alberto (PMDB-MA), declarou nesta terça-feira (23) que a volta
do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) às atividades parlamentares não
"traz constrangimento".
João Alberto também disse que
espera concluir a análise da representação em desfavor de Delcídio em até 60
dias e que, ao longo do processo, vai convocar o ex-líder do governo para dar
explicações aos colegas.
Depois da prisão de Delcídio,
Rede e PPS apresentaram, em dezembro, representação no Conselho de Ética contra
ele, que pode resultar em punições que vão de censura à cassação do mandato.
Delcídio estava preso preventivamente desde novembro de 2015, acusado de tentar
atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. Na sexta-feira passada, o
STF decidiu revogar a prisão do senador, que ficou quase três meses afastado do
Senado.
"Eu vejo como obrigação do
senador Delcídio a volta dele aos trabalhos. Ele é senador, recebe salário, tem
que trabalhar. Para mim, não traz nenhum constrangimento", afirmou João
Alberto.
Colegas de Delcídio, os senadores
Acir Gurgacz (PDT-RO) e Álvaro Dias (PV-PR), já manifestaram que o ideal para o
ex-líder do governo seria o afastamento das atividades, uma vez que a volta do
senador, que está suspenso do PT, causaria "constrangimento" entre os
demais parlamentares.
Conselho
O presidente do Conselho de Ética
convocou para esta quarta-feira (23) uma reunião do colegiado para analisar a
representação da defesa de Delcídio que pede a impugnação do relator Ataídes de
Oliveira.
Na semana passada, quando os
advogados do ex-líder do governo no Senado protocolaram a defesa prévia, também
foi solicitada a substituição do relator Ataídes de Oliveira. A defesa alega
que, por ser do PSDB -- um partido de oposição --, Ataídes não teria isenção
suficiente para permanecer no cargo.
"Vou encaminhar ao plenário do
Conselho de Ética a decisão de substituir ou não o relator Ataídes de
Oliveira", explicou João Alberto. "Se decidirem pelo impedimento do
relator, será feito um novo sorteio e o prazo para apresentação do relatório é
zerado", completou.
João Alberto também disse que
poderia tomar sozinho a decisão de impugnar ou não o relator. "Poderia ser
uma decisão monocrática minha, mas, como já vem acontecendo em outros processos
no Conselho de Ética, vou deixar que os conselheiros avaliem", lembrou o
peemedebista.
Nesta terça-feira, mais cedo, o
relator Ataídes de Oliveira disse que havia recebido a defesa de Delcídio do
Amaral. A partir desta quarta-feira, Ataídes tem cinco dias úteis para
apresentar um relatório preliminar.
Convocação
João Alberto também afirmou que,
em um primeiro momento, Delcídio do Amaral não precisa se apresentar ao
Conselho de Ética, mas disse que pretende convocá-lo ao longo do processo.
"Ouviremos as explicações de
Delcídio dentro do processo", disse João Alberto. O presidente do
colegiado também afirmou que espera concluir o processo em até 60 dias.
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