Comando da PM afirma que ordem é um "equívoco
grave" e que objetivo era apenas levantar dados para planejar policiamento
nas eleições
Por Estadão Conteúdo
Dino: na Assembleia Legislativa, opositores a Dino reagiram com veemência à ofensiva da polícia (Flávio Dino/Facebook/Divulgação) |
A Polícia Militar do governo Flávio Dino (PC do B),
candidato à reeleição no Maranhão, emitiu nesta quinta-feira, 19, ordem
expressa aos batalhões militares para monitorar opositores políticos durante as
eleições de 2018.
Documento da Secretaria de Segurança Pública maranhense
determina identificação de políticos opositores “ao município” ou ao “Estado”
que possam “causar embaraços no pleito eleitoral” e ainda manda transferir
policiais envolvidos com política.
A ordem foi emitida pelo Comando de Policiamento do Interior
(CPI) aos Batalhões da Polícia Militar e pede um “levantamento eleitoral” das
forças de segurança do Estado.
O comandante geral da PM do Maranhão, Jorge Luongo, afirmou
que o documento “é um equívoco grave e sem precedentes, não autorizado pelo
Comando da Instituição Policial Militar”. Segundo a nota, a ideia era “somente
catalogar dados informativos e estatísticos” para elaborar o ”planejamento
do policiamento das eleições 2018″.
“Logo que este equívoco foi identificado, tomou medidas
imediatas para corrigir tal erro e tornar sem efeito tais medidas, assim como
instaurou um procedimento de apuração legal para as devidas providencias que o
caso requer”.
Na Assembleia Legislativa, opositores a Dino reagiram com
veemência à ofensiva da polícia. “Isso é uma Venezuela, uma Coréia do Norte no
Maranhão”, afirmou o deputado Souza Neto (PRP).
Segundo o documento, “os comandantes das UPM”s deverão
informar as lideranças que fazem oposição ao governo local (ex-prefeito,
ex-deputado, ex-vereador) ou ao governo do Estado, em cada cidade, que podem
causar embaraços no pleito eleitoral”.
No “levantamento eleitoral” exigido pelo Comando a todas as
unidades, há uma tabela com quesitos que devem ser preenchidos, como os nomes
dos juízes eleitorais de cada comarca, locais de votação, atuais prefeitos e o
delegado regional.
No mesmo documento, em uma ala de “informações
complementares”, constam outros quesitos, como aquele em que devem ser
identificados os opositores, e ainda outro.
“Os comandantes da área deverão informar se existem
policiais militares envolvidos com políticas, para que no período eleitoral
sejam deslocados para outras cidades, a fim de evitarem transtornos no período
eleitoral.”
Defesa
O comandante geral da polícia militar do maranhão, Jorge
Luongo, se manifestou por meio de nota. “A Polícia Militar do Maranhão vem a
público esclarecer que o documento que circula nas redes sociais onde
supostamente se determina às Unidades do Interior que identifiquem lideranças
antagônicas ao Governo Local e Estadual é um equívoco grave e sem precedentes,
não autorizado pelo Comando da Instituição Policial Militar, que na sua gênese
procurava tão somente catalogar dados informativos e estatísticos que
subsidiassem um banco de dados para a elaboração do planejamento do
policiamento das eleições 2018”.
“Informa que logo que este equívoco foi identificado, tomou
medidas imediatas para corrigir tal erro e tornar sem efeito tais medidas,
assim como instaurou um procedimento de apuração legal para as devidas
providencias que o caso requer”.
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