Sindicato dos Policiais Civis do
Estado do Maranhão (SINPOL-MA), lançou uma nota sobre os últimos acontecimentos
envolvendo o governo Flávio Dino e a Polícia Militar
A verdade por trás da circular.
Nos últimos dias, mais precisamente a partir de 19 de abril de 2018, uma
ruidosa denúncia fez abalar os pilares políticos do Palácio dos Leões.
Embalado por um documento
oficial, uma ordem percorreu os corredores militares erigidos por todo o Estado
até escapar por entre as brechas e chegar aos holofotes da mídia nacional. O
estrago estava feito, todos já sabiam: o Governo do Estado mandara investigar
seus opositores.
Segundo o referido documento – um
Memorando Circular de nº 08/2018 – a Polícia Militar deveria identificar e
informar todos que fizessem oposição ao Governo e que pudessem “causar
embaraços ao pleito eleitoral”.
Talvez, se tal expediente tivesse
sido encaminhado no auge da ditadura militar, sua notícia seria apenas mais uma
no meio a um emaranhado de imposições contrárias à democracia.
Entretanto, estamos em pleno
século XXI, sob a égide de um governador que anunciara em seu discurso de posse
o início de “uma era em que a política é uma competição livre e aberta, em que
ninguém seria perseguido por divergência política”. Será?
No meio a inúmeras denúncias, que
vêm causando perplexidade aos mais incrédulos, uma verdade salta aos olhos
daqueles que bem conhecem a prática autoritária que sempre permeou essa administração
comunista: O GOVERNO NÃO TOLERA A DEMOCRACIA.
Muito longe de ser uma afirmação
politiqueira, o que revelamos aqui é uma percepção adquirida ao longo deste
Governo por grande maioria dos Servidores Públicos do Estado do Maranhão. E se
tivéssemos que eleger uma amostra neste fértil campo da insatisfação, poucas
classes forneceriam tantas evidências como a Polícia Civil.
Membro inconteste do Sistema de
Segurança Pública, a Polícia Civil presenciou, desde o primeiro dia de governo,
aquilo que viria ser o prenúncio da maior exclusão já vivida pela polícia
judiciária.
No meio a um discurso que
destacava a importância da segurança pública, o recém-empossado chefe do
executivo estadual anunciara uma série de medidas, e já naquele mesmo dia, uma
constatação frustrou as expectativas dos policiais civis que ali estavam:
naquele discursos inaugural só existia uma polícia, a Militar.
E como se não bastasse o
prenúncio de uma política de Segurança Pública que engessaria a Polícia Civil
num orçamento que representaria menos de 1 % da verba total destinada àquela
área, logo ficaria claro que não estava nos planos do novo governo qualquer
tipo de valorização e/ou reconhecimento para os policiais civis. Muito pelo
contrário, o que procedeu o discurso inaugural, foi uma série de ações que
desde cedo revelaria a linha despótica predominante no Palácio dos Leões.
Assim, se o memorando nº 08
causou espanto à sociedade pelo teor antidemocrático que ali se revelara, a
mesma perplexidade não atingiu os policiais civis, pois estes não apenas
presenciaram, como também foram vítimas de várias ações que se coadunam ao
mesmo autoritarismo presente no famigerado documento.
Seja pelo fim do Plano de
Remoção, com o único objetivo de poder usar o referido instituto como
perseguição e mecanismo de ameaça, o que tem sido feita de forma
indiscriminada; seja pela tentativa escusa de mudar o conceito de sede, visando
transferir aos policiais civis o ônus de arcar com uma despesa que deve ser
exclusiva do Estado; seja pelo uso inadequado da corregedoria de polícia que
tem instaurado inúmeros inquéritos, inclusive por futilidades e/ou inverdades,
e que, não raramente, geram punições sem qualquer conjunto probatório que
justifique as referidas penas; seja pela tentativa covarde de tentar tirar do
Conselho de Polícia Civil as únicas vozes que podem se opor aos desmandos do
Governo do Estado, ainda que os mesmos representem apenas um terço do referido
colegiado; seja pela realização de concurso e seletivos sem passar pelo
Conselho de Polícia, unicamente para não ter que ouvir a opinião dos
Representantes de Classe, numa grave violação à legislação vigente; seja pela
contratação de policiais civis através de seletivos e ilegal dispensabilidade
de concurso público; seja por estes ou por muitos outros exemplos que poderiam
ser citados aqui, é que no âmbito da Polícia Civil, aquilo que causou
complexidade à sociedade, soa para o policial civil como algo familiar e
drasticamente corriqueiro.
Assim, muito além do próprio
impacto político que o referido memorando tem causado à sociedade maranhense,
muito mais grave que a ordem dada é o fato de que ali se revela uma prática que
não se restringe ao campo política, mas que permeia todas as relações
trabalhistas, numa perseguição implacável a todos aqueles que ousarem se opor a
tirania de um Governo que sem qualquer pudor, tem rejeitado a Democracia.
A DIRETORIA - Sinpol-MA
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