O médico infectologista Carlos
Henrique Nery explicou o que é cada caso
Médico infectologista Carlos Henrique Nery |
O Piauí notificou 99 casos de
Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), sendo que, desses, 15 foram
considerados influenza H1N1, sem mencionar os casos de gripe comum. Afinal, o
que diferencia uma doença da outra? Conversamos com o médico infectologista
Carlos Henrique Costa, que nos explicou direitinho o que é cada caso.
Influenza
"É um vírus que causa
infecção respiratória e propaga-se rapidamente", explica Carlos Henrique
Costa. “Influenza é gripe, denominado um vírus especificamente. Gripe é um
conjunto de sintomas que se chama sintoma gripal. O vírus da influenza é uma
das causas da síndrome gripal”, completa o médico.
Há diferenças nos sintomas da
gripe comum e influenza H1N1
Influenza H1N1:
• febre com mais de 39º e início súbito;
• dor de cabeça intensa;
• calafrios frequentes;
• cansaço extremo e falta de ar;
• tosse contínua e seca;
• dores musculares intensas;
. ardência nos olhos intensa;
• dor de garganta leve;
• catarro pouco comum
Gripe comum:
• febre moderada, que não chega aos 39º;
. dor de cabeça moderada;
• calafrios esporádicos;
• cansaço moderado;
. dores de garganta intensas;
• tosse moderada;
• catarro forte com congestão nasal;
• dores musculares moderadas;
• ardência nos olhos leve.
Após apresentar os sintomas, deve
procurar orientação médica e o tratamento deve iniciar em 48 horas.
O que é Síndrome Respiratória
Aguda Grave (Srag)?
“É uma gripe grave, literalmente.
É uma síndrome clínica que é mais grave. A pessoa fica cansada, tem febre alta,
a pessoa pode ter um colapso da circulação, a pressão cai muito. Tem alteração,
infecção de outros órgãos. É uma gripe grave, causada pelos mesmos agentes da
gripe e o vírus da influenza é um deles. H1N1, H2N3 e outros vírus podem causar
essa síndrome, que é a evolução de um quadro mais grave”, explica Carlos
Henrique.
H1N1 pode matar?
“H1N1 pode matar sim.
Particularmente, as pessoas mais vulneráveis, que são as criancinhas pequenas;
idosos, com mais de 60 anos; gestantes; puérperas e pessoas com co-morbidade,
que tenham outras doenças: diabetes, doenças do pulmão, do coração, infecção
pelo HIV, câncer. Esses grupos podem aumentar a probabilidade de morrer, porque
são pessoas que têm chance maior de ter uma doença mais séria que os demais”,
comenta o médico.
Pessoas que devem ser vacinadas
até o dia 1º de junho:
• indivíduos com 60 anos ou mais de idade;
• crianças de seis meses a menores de cinco
anos de idade (quatro anos, 11 meses e 29 dias);
• gestantes e puérperas;
• trabalhadores da saúde;
• povos indígenas;
• grupos portadores de doenças crônicas não
transmissíveis e outras condições clínicas especiais;
• professores das escolas públicas e
privadas;
• adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de
idade sob medidas socioeducativas;
• população privada de liberdade e os
funcionários do sistema prisional.
A população deve procurar os
postos de vacinação dos seus municípios.
Como H1N1 é transmitido?
Acredita-se que o H1N1 possa ser
transmitido da mesma maneira pela qual se transmite a gripe comum. Os vírus da
influenza se disseminam de pessoa para pessoa, especialmente por meio de tosse
ou espirros das pessoas infectadas. Algumas vezes, elas podem se infectar
tocando objetos que estão contaminados com os vírus da influenza e depois
tocando a boca ou o nariz.
Algumas medidas simples a se
tomar
“Lavar as mãos, principalmente.
Se estiver tossindo, use o álcool gel. Pegou na maçaneta, passa a mão no álcool
gel. São cuidados fundamentais que a pessoa deve ter”, diz Nery.
Cuidados com falsas notícias
"Tem muitas informações
circulando pelas redes sociais. São pessoas leigas, às vezes, bem
intencionadas, muitas vezes, mal intencionadas, que espalham notícias
geralmente inverídicas, que não têm valor científico nenhum, a não ser causar
ansiedade e medo. O que vai gerar uma corrida aos postos de vacinação, fazendo
com que se esgote o estoque de vacina ou de remédios, que deve ser dado a
pessoas que têm prioridade", explica Carlos Henrique.
"Pessoas jovens, de 40 anos
e que não tenham co-morbidade, não devem receber a vacina antes de uma criança
pequena, de uma pessoa que está doente e de um idoso. É uma questão
fundamental", completa o profissional.
"Falsas notícias alimentam
esse estado de pânico e as pessoas querem “salvar sua pele” primeiro, como se
diz, e deixam as pessoas vulneráveis. Quando houver dúvida, é simples: procure
entrar nos sites oficiais, do Ministério da Saúde e da Secretaria da Saúde, que
juntam as informações de todo país e são esses os dados que as pessoas devem se
orientar”, pontua o médico. Fonte: Governo do Piauí
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