Sergio Moro pediu hoje ao procurador-geral da República para
investigar citação ao presidente no caso Marielle
Por Leandro Resende, de Veja
O presidente Jair Bolsonaro em live direto da Arábia Saudita: presidente negou envolvimento no caso (Facebook/Reprodução)
A Polícia Civil e o Ministério Público do Rio apuram se o
porteiro que liga o presidente Jair Bolsonaro aos suspeitos de cometerem a
morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes mentiu em seu
depoimento. Registros do condomínio em que mora Ronnie Lessa, suspeito do
crime, mostram que, no dia das mortes, o outro acusado, Élcio Queiroz, anunciou
que iria visitar a casa de Bolsonaro, no mesmo local. Sergio Moro pediu ao
procurador-geral da República para investigar citação ao presidente no caso
Marielle
À polícia, o porteiro afirmou que ligou para a casa 58. E que
uma pessoa que ele identificou como sendo o “seu Jair” liberou a entrada de
Élcio Queiroz. O suspeito, no entanto, foi até a casa 66, onde mora Ronnie
Lessa. O porteiro, então, telefonou novamente, e o mesmo “seu Jair” teria dito
que sabia para onde ele estava indo, de acordo com reportagem exibida nesta
terça-feira 30 pela TV Globo. Bolsonaro não estava no Rio, e registrou sua
presença em duas votações realizadas naquele dia na Câmara dos Deputados.
Uma fonte relatou a VEJA que o porteiro prestou dois
depoimentos. No primeiro, relatou que ligou para casa de Bolsonaro. No segundo,
confrontado com o áudio de sua conversa, manteve a versão, mas deixou dúvidas nas
investigações em relação a veracidade das informações prestadas. A menção ao
nome de Bolsonaro pode fazer o Supremo Tribunal Federal assumir a frente da
apuração da morte de Marielle.
Nesta quarta-feira, 30, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC),
filho do presidente e que também tem uma casa no condomínio do pai e de Ronnie
Lessa, divulgou um vídeo em que acessa um computador com dezenas de arquivos de
áudios. Ele narra que às 17h13 uma pessoa de nome Élcio solicita a entrada para
a casa 65, de Ronnie Lessa.
Carlos alega que não houve contato com a casa de Bolsonaro
naquele dia. Mas é possível visualizar que horas antes, às 15h58, houve uma
ligação para a casa 58, de Bolsonaro.
O vereador não reproduz a chamada. Não há como garantir o
local em que Carlos gravou as chamadas e o vídeo.
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