Por Maria Romero e Nayara Nadja, G1 PI
Prefeito Luciano Fonseca (PT), de Bertolínia — Foto:
Reprodução/Facebook
O prefeito da cidade de Bertolínia, Luciano Fonseca (PT), foi
preso preventivamente nesta terça-feira (3), por suspeita de improbidade
administrativa, na Operação Bacuri, do Grupo de Atuação de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual. Além dele, foram presos o
pai, a mãe e a mulher do prefeito. O MP disse que foi determinada ainda pela
Justiça a imediata suspensão do exercício da função pública do prefeito. O G1
tentou, mas ainda não conseguiu contato com a defesa de Luciano Fonseca e nem
com a prefeitura da cidade.
O Ministério Público informou que foram cumpridos, ao todo,
nove mandados de prisão, sendo a prisão preventiva do prefeito e dos oito
presos temporários, que são: Ringlasia Lino Pereira dos Santos (mulher de
Luciano); Eliane Maria Alves da Fonseca (mãe de Luciano); Aluízio José de Sousa
(pai de Luciano); Max Weslen Veloso de Morais Pires; Ronaldo Almeida da
Fonseca; Rodrigo de Sousa Pereira; Kairon Tácio Rodrigues Veloso e Richel Sousa
e Silva.
De acordo com a polícia civil, a investigação teve início
após relatório do Tribunal de Contas do Estado, que teria detectado
irregularidades na cidade. Um dos casos ainda à espera de julgamento é o de uma
ambulância da cidade foi achada em uma fazenda e, segundo o Ministério Público,
teria sido usada como pagamento de uma dívida pessoal do prefeito. À época,
Luciano disse ao G1 que o veículo havia sido leiloado por ser considerado
"bem inservível".
O Ministério Público informou, por meio de nota, que foram
cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços do ex-prefeito de
Sebastião Leal, José Jeconias, e de empresas envolvidas em um suposto esquema
de desvio de dinheiro público por meio de empresas fantasmas, fraude em
licitação, lavagem de dinheiro.
A Justiça decretou ainda o sequestro e indisponibilidade dos
bens móveis e imóveis dos investigados no valor correspondente à comprovação do
desvio aos cofres públicos do município de Bertolínia, no valor de R$ 3,2
milhões.
A execução dos mandados contou com o apoio da Polícia Civil,
incluindo a Delegacia de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (DECCOR),
Polícia Militar, Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE) e PRF.
Ambulância apreendida
Um dos casos que chamou a atenção foi a apreensão de uma
ambulância do município de Bertolínia em uma fazenda na cidade de Landri Sales.
À época, o prefeito informou ao G1 que o veículo foi vendido em leilão
realizado no ano de 2015 e que se tratava de um "bem inservível" para
o transporte de pacientes.
Segundo ele, a ambulância foi leiloada na segunda chamada,
"dentro da legalidade que o direito público requer", que disse ainda
ter os documentos que comprovavam o leilão. "Vou tomar as medidas
necessárias contra quem me difamou", disse o prefeito.
O delegado Everton Férrer disse que o filho do proprietário
da fazenda foi quem informou à polícia sobre a circunstância do repasse da
ambulância.
"O filho do proprietário contou que foi repassada a
ambulância ao seu pai como pagamento de uma dívida. Essa denúncia veio da
delegacia regional responsável por Landri Sales, onde a ambulância estava. Eles
acionaram o delegado e eles começaram a investigar e cumpriram um mandado de
busca e apreensão nessa fazenda, onde confirmaram que a ambulância
estava", declarou o delegado.
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