Por Robson Bonin, de Veja
Jair Bolsonaro e Luiz Henrique Mandetta, durante entrevista
coletiva (Foto: Adriano Machado/Reuters)
Com o apoio da ala militar, que já reconhece a
incompatibilidade de Jair Bolsonaro com Luiz Henrique Mandetta, o martelo foi
batido no Palácio do Planalto. O ministro da Saúde será demitido nesta semana.
A exoneração deve ser anunciada entre esta quarta e a próxima
sexta-feira. Em sigilo, o próprio Mandetta e seu time já esperam pelo fim.
Seguem trabalhando formalmente, mas já sentindo o cheiro de queimado.
Há pouco, ao falar da situação instalada no palácio, ele
voltou a dizer que não pedirá para sair, será, portanto, saído.
O Radar mostrou, nesta terça, que três nomes já estão na mesa
de Bolsonaro para substituir Mandetta na Saúde.
Auxiliar pessoal do presidente nessa cruzada contra as
medidas adotadas por Mandetta na guerra ao coronavírus, Osmar Terra ganhou
adesões importantes nas últimas horas. Ele conquistou o apoio dos filhos de
Bolsonaro, como o Zero Um, Flávio, mas ainda enfrenta resistências na ala
militar do governo.
Terra vem ganhando adesões por causa das críticas ao
isolamento social implementado por governadores. O ex-ministro da Cidadania é o
principal cotado para o cargo de Mandetta no momento.
Secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, é
outro que começou a ser lembrado por apoiadores do Planalto depois da
entrevista de Mandetta no domingo, como uma saída menos traumática, caso
Bolsonaro decida demitir o atual ministro. Seria uma solução “meio termo” na
crise.
Recentemente, um grupo influente de empresários bolsonaristas
levou ao presidente o nome de Claudio Lottenberg para o cargo de ministro da
Saúde na vaga que mais dia menos dia será aberta com a saída de Luiz Henrique Mandetta.
Presidente do Conselho do Hospital Albert Einstein e tido
como um dos líderes da comunidade judaica em São Paulo, Lottenberg é visto com
bons olhos pelo empresariado, mas seus laços com João Doria praticamente
inviabilizam a indicação.
A informação de que a exoneração de Mandetta já está no forno
foi confirmada há pouco, ao Radar, por interlocutores diretos do presidente.
Bolsonaro, no entanto, é sempre imprevisível. A conferir.
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