Por Flávia Said
O deputado federal Marcelo Calero (Cidadania-RJ) pediu ao
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello o afastamento
cautelar de Jair Bolsonaro da Presidência da República, com a justificativa de
que a investigação em curso pode ser prejudicada com a manutenção do presidente
no exercício de suas funções.
“Nosso objetivo é eliminar quaisquer possibilidades de
interferências políticas no processo de investigação que corre no STF contra o
presidente Bolsonaro. É nesse sentido que entendemos essencial agora que
Bolsonaro seja temporariamente afastado da Presidência da República. Queremos
manifestação do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, a esse respeito”,
disse o deputado, em nota.
Em 27 de abril, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da
República (PGR), o ministro Celso de Mello determinou abertura de inquérito
para investigar as acusações feitas pelo ex-ministro Sérgio Moro de que
Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal.
Para Celso de Mello, os fatos denunciados por Moro têm
relação com o exercício do cargo, permitindo assim investigação do chefe do
Executivo. No âmbito deste inquérito, o ex-ministro prestou depoimento na sede
da Polícia Federal em Curitiba (PR) no último sábado (2).
Calero alega que o presidente confessou o propósito de
instrumentalização policial ao seu serviço, o que justificaria o pedido de
afastamento. Ele considera que a autonomia, a imparcialidade e a independência
da Polícia Federal, órgão responsável pela investigação dos pretensos atos
criminosos mencionados, só podem ser garantidas com essa medida.
O deputado autor do pedido considera haver um “descalabro
político-jurídico” no curso do inquérito e o classifica como natimorto. “O
órgão responsável pela investigação terá seu diretor-geral alterado justamente
para satisfazer o desejo de interferência política nas investigações por parte
do próprio chefe do poder executivo”, diz ele. (Com informações do Congresso em Foco).
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