Presidente Jair Bolsonaro Foto: Marcos Corrêa/PR |
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou como "clara medida de intimidação" a divulgação, por um perfil que se identifica como sendo do grupo de hackers Anonymous Brasil, de seus dados pessoais e de dois de seus filhos.
Em uma publicação no Facebook, Bolsonaro também disse que
está adotando medidas legais contra os responsáveis.
"Em clara medida de intimidação o movimento hacktivista
'Anonymous Brasil' divulgou, em conta do Twitter, dados do presidente da
República e familiares. Medidas legais estão em andamento, para que tais crimes
não passem impunes", escreveu.
Os filhos do mandatário que também tiveram dados pessoais
divulgados foram o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Também foram expostas informações atribuídas à ministra da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao ministro da
Educação, Abraham Weintraub, e ao deputado estadual Douglas Garcia (PSL-SP).
Pouco depois, as informações foram retiradas do ar.
O Ministério da Justiça determinou à Polícia Federal a
instauração de um inquérito para apurar o vazamento.
"Determinei à PF a abertura de inquérito para investigar
vazamento de informações pessoais do presidente Jair Bolsonaro, seus familiares
e demais autoridades. As investigações devem apurar crimes previstos no Código
Penal, na Lei de Segurança Nacional e na Lei das Organizações Criminosas",
afirmou o ministro André Mendonça pelo Twitter.
O caso também está sendo apurado pelo GSI (Gabinete de
Segurança Institucional).
Os dados vazados, em sua maioria, são públicos e estão disponíveis
em informações prestadas pelos atingidos à Justiça Eleitoral e a órgãos de
controle da União.
Procurado pela reportagem, o grupo afirmou que divulgou o
número do CPF, telefones e Whatsapp, e-mails, endereços, renda e bens. No site
da Justiça Eleitoral há uma lista dos bens e salários de todos os políticos,
mas dados pessoais não eram públicos.
"Os dados foram soltos no dia 1 de janeiro, às 21h30,
pelo @AnonymouBrasil. Depois disso houve uma discussão com o Douglas [Garcia] e
fomos suspensos", afirmou o grupo.
Após o grupo ser suspenso pela rede social, eles já criaram
um novo endereço. "Estávamos há 8 anos com o twitter @AnonymouBrasil,
depois dos vazamentos do Bolsonaro, filhos e afiliados, a conta foi suspensa.
Seguimos com essa secundária. #Anonymous #Antifascista".
Um outro perfil também criado pelo Anonymous chegou a
publicar fotos de um dos documentos. Um deles mostra o registro de uma empresa
digital, com capital social de R$ 1.000, em nome de Bolsonaro e dos filhos. O
endereço não foi exposto, mas o grupo incluiu uma foto da casa onde a empresa
estaria registrada.
RICARDO DELLA COLETTA, DANIEL CARVALHO E RENATO ONOFRE
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
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