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O Grupo Fleury divulgou nesta segunda-feira, 22, que vai realizar a seleção de dois mil candidatos brasileiros que participarão da terceira fase de testes da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Universidade de Oxford, da Inglaterra. Com os brasileiros, serão no total cerca de 50 mil voluntários que vão participar dos testes da vacina no mundo em diferentes estudos.
Anunciado no começo deste mês, o estudo é conduzido no Brasil
pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). O Grupo Fleury vai fornecer cerca de dois mil exames de diagnóstico
da covid-19 do tipo sorológico, utilizado para detectar o desenvolvimento de
anticorpos contra o coronavírus, durante a seleção de candidatos. Quem já foi
infectado não poderá integrar o experimento, porque acredita-se que essas
pessoas já produziram imunidade contra a doença.
De acordo com o Grupo Fleury, a maioria dos brasileiros
selecionados será de profissionais da área de saúde, homens e mulheres entre 18
e 55 anos. Eles serão divididos em dois grupos: um tomará a vacina e o outro
será testado com a vacina-controle MenACWY, também conhecida como vacina
meningocócica conjugada. Para saber a eficácia da vacina, os pesquisadores vão
comparar os dois grupos: o percentual de pessoas vacinadas que não desenvolveu
a doença e a proporção de indivíduos testados com a vacina-controle que acabou
infectada pelo coronavírus.
"Se o primeiro time, o das pessoas testadas com a
vacina, tiver um percentual superior de imunidade em comparação àqueles que
tomaram a vacina-controle, a conclusão é a eficácia da vacina", explica o
Dr. Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury. "Tudo
indica, infelizmente, que o Brasil ainda está em uma curva ascendente de
contágio. Nesse contexto, a realização de estudos de testes de vacina se torna
vantajosa, uma vez que grande parte da população ainda não desenvolveu
imunidade contra o novo coronavírus", acrescentou.
A vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford é produzida
a partir de uma versão enfraquecida do vírus do resfriado comum, o adenovírus,
que contém material genético da proteína Spike do SARS-CoV-2. Após a vacinação,
a proteína é produzida, o que estimula uma resposta do sistema imunológico
contra a infecção pela covid-19. Em abril, a vacina passou pela primeira fase
de testes, o que incluiu um grupo de mais de mil pessoas entre 18 e 55 anos no
Reino Unido. Desde então, foram iniciadas as fases dois e três dos testes, e
agora conta com cerca de 50 mil voluntários, incluindo neste total os dois mil
voluntários do projeto liderado pela Unifesp, em São Paulo.
Fonte: Estadão Conteúdo
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