Ministro da Economia, Paulo Guedes Foto: Marcos Corrêa/PR |
O economista Rubem Novaes sinalizou sua vontade de deixar o comando do Banco do Brasil ao ministro da Economia, Paulo Guedes, no fim de maio. A decisão, garante ele ao Estadão/Broadcast, antecipou o imbróglio envolvendo a publicidade do banco e sites de fake news e que foi parar em órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controladoria-Geral da União (CGU) .
"Minha primeira mensagem para o PG (Paulo Guedes)
antecede a esta questão do CGU. Simplesmente chegou a hora de sair e dar lugar
a alguém da geração digital", disse Novaes.
Segundo ele, além disso, também pesou a "cultura
apodrecida" de Brasília. Em recente live, promovida pela Federação
Brasileira de Bancos (Febraban), o executivo já havia demonstrado insatisfação
com a realidade política local. Defensor da privatização do BB, Novaes sempre
foi visto como um dos pilares liberais do governo Bolsonaro.
Com 75 anos, ele foi escolhido para presidir o BB no governo
Bolsonaro. Sua carta de renúncia foi enviada a Guedes entre quarta e
quinta-feira desta semana. Desde então, ele e Bolsonaro têm pensado em nomes
possíveis para substituí-lo. A expectativa, diz uma fonte, é de que o novo nome
seja anunciado ao longo da próxima semana.
A lista de possíveis candidatos, conforme já antecipou o
Estadão/Broadcast, tem crescido desde o anúncio da renúncia de Novaes, na noite
de ontem. Inclui nomes de executivos do BB, de fora e ainda do Conselho de
Administração.
Um dos candidatos mais comentados para presidir o BB é o do
próprio chairman do banco, o engenheiro Hélio Magalhães. Ex-Citi, ele comandou
a operação da instituição norte-americana no Brasil antes de o braço de varejo
ser vendido ao Itaú Unibanco, entre os anos de 2012 e 2017.
Magalhães tem boa relação com Paulo Guedes e ainda com o
secretário de Desestatização e Desinvestimento Salim Mattar. Depende, contudo,
se ele, aos 73 anos, aceitaria o desafio, que exige, inclusive a mudança para
Brasília. Magalhães mora em São Paulo e é membro em conselhos de várias
empresas.
Ainda no front interno, alguns nomes de vice-presidentes do
BB são cogitados. Dentre eles, estão o de Carlos Hamilton, de Relações com
Investidores; Walter Malieni, de negócios de atacado, e ainda Fabio Barbosa, de
desenvolvimento de negócios.
No caso de Hamilton, é o nome com melhor entrada na equipe
econômica e sinaliza continuidade na gestão de Novaes. Já Malieni conhece as
várias frentes do BB. Na outra ponta, Barbosa, com estilo reservado, é visto
como um perfil adequado para presidir o banco, considerando os desafios
tecnológicos existentes no setor bancário.
Nas apostas externas, a indicação quase que natural é a do
presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Não há certeza,
contudo, se o seu nome está na lista de Guedes e de Bolsonaro. Nos últimos
meses, rumores quanto à troca de cadeiras nos bancos públicos cresceram.
Desde ontem à noite, Guimarães tem dito a pessoas próximas,
de acordo com fontes, que ainda que fosse convidado não aceitaria o cargo
porque está focado e feliz na Caixa. Sob sua gestão, a Caixa tem ganhado
holofotes na gestão de benefícios sociais como o auxílio emergencial pago
durante a pandemia de ainda tem uma fila de negócios para levar à Bolsa.
Fonte: Estadão Conteúdo
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