Será montado um relatório para implantar ações específicas por região e reforçada atenção junto a partidos políticos
Governador do Piauí, Wellington Dias (PT) |
O governador Wellington Dias reuniu, nesta sexta-feira (16), em ambiente virtual, o Comitê de Operações Especiais (COE) Ampliado, para discutir novas medidas de controle ao coronavírus. O chefe do executivo estadual determinou à Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) que volte a atenção para São Raimundo Nonato, onde a ocupação de vagas na UTI chegou a 100% nesta sexta-feira. Em Teresina, os números indicam estabilidade nos casos e mortes pela Covid-19. Dias solicitou ao COE um relatório detalhado indicando quais municípios registram maiores índices de infecção pelo coronavírus. A ideia é planejar medidas específicas e isoladas para as áreas mais críticas.
Como ações imediatas, o Comitê
Ampliado definiu que os partidos políticos devem ser convocados para reunião
com representantes da Justiça Eleitoral, Ministério Público e Vigilância
Sanitária, para reapresentação do regramento a ser cumprido pelos candidatos e
coligações nas atividades de campanha. Os juízes eleitorais serão orientados a
exercer o poder de polícia para garantir as restrições higiênico-sanitárias. As
instituições representadas no COE Ampliado, foram desafiadas a massificar
informações de alerta à população, quanto ao risco que a covid-19 ainda
representa e da necessidade de manter os cuidados como uso de máscara,
distanciamento e isolamento social.
Dados apresentados na reunião
mostram que a média de óbitos pela Covid-19 no Piauí, subiu 18% nas últimas
duas semanas, gerando preocupação nas autoridades. Em números absolutos, a
média de mortes passou de 9,8 para 10,3 por dia, no intervalo de uma semana. O
entendimento é que a população relaxou nos cuidados e a fiscalização das
medidas de segurança higiênico-sanitárias deve ser endurecida.
“Se a gente perde a capacidade
de controle da transmissibilidade, ocupamos os leitos clínicos e de UTI, além
do risco para as pessoas contraírem, temos o agravante de impedir o plano de
dar andamento à fila de espera de pessoas que suspenderam cirurgias de outras
doenças, causando um enorme prejuízo”, ressaltou o governador Wellington Dias.
Os dados mostram ainda que a
média de casos confirmados da doença também cresceu. Foram 576 infectados por
dia na última semana, contra 547 na semana anterior. Presentes ao encontro,
membros do COE apontaram como possíveis causas do crescimento, as aglomerações
de pessoas em eventos sociais e políticos, além do descumprimento das medidas
higiênico-sanitárias. “Evitamos o cenário catastrófico de 33 mil óbitos
estimados no início da pandemia, mas a doença não passou e estamos longe de uma
situação de conforto. Não podemos ser apenas reativos e chegarmos ao ponto de
lotar nossa rede de saúde. Precisamos de medidas restritivas especialmente nas
reuniões políticas”, pontuou o diretor do Hospital Natan Portela e médico
infectologista José Noronha, membro do COE.
Os excessos verificados após o
início da campanha eleitoral foram destaque na discussão. Tanto a justiça
eleitoral como o Ministério Público entendem que partidos e candidatos precisam
respeitar o regramento sanitário que proíbe grandes aglomerações. “Vemos
com preocupação esse crescente número, verificado depois que iniciou o processo
de propaganda. Os políticos lideram mas não têm como conter a força do
eleitorado. Estamos vendo passeatas, carreatas, onde o uso de mascara é
desprezado. Candidatos também abraçam eleitores, coisa inadequada”, alertou o
vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), desembargador Erivan Lopes.
“Talvez medidas drásticas sejam
necessárias. Buscar formas alternativas dos candidatos levarem sua ideias e
propostas ao seu eleitorado, para não termos de tomar medidas de restrição a
atividades econômicas, como já houve no primeiro semestre”, considerou o
procurador regional eleitoral, Leonardo Carvalho.
“Creio que possamos construir
as soluções para reverter este quadro e seguir com as atividades econômicas,
sociais e educacionais”, declarou a procuradora-geral de justiça, Carmelina
Moura.
Fonte: CCom/Governo do
Piauí
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